sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A T L Â N T I D A




Atlântida

Milhares de anos após ter submergido nas profundezas frias e escuras do oceano Atlântico, o continente insular da Atlântida continua sendo um dos mistérios mais intrigantes da História.

Platão por Españoleto - 1637

A história antiga da humanidade em grande parte se constitui um enigma, enigma esse devido à ignorância das pessoas que a escreveram e dataram certos eventos. Podemos perceber isto tendo em vista, por exemplo, o que dizem a respeito da esfinge, pois atualmente estudos provam que ela data de 12.000 a.C. a 10.500 a.C., enquanto a história que divulgam datam-na de apenas de 4.000 a.C.

Uma outra indagação que deve ser feita diz respeito à distribuição de pirâmides no mundo. Elas são encontradas não somente no Egito, mas também na China e na América Central, mostrando a interligação dessas culturas no passado. O que interliga todas essas civilizações antigas? A única resposta que melhor responde a essas perguntas, e outras a respeito do mundo antigo, é a existência da Atlântida.

Mas antes de continuarmos no assunto Atlântida, vamos discorrer rapidamente por Tróia:

Do Mito à Realidade (A Magnífica Tróia)

Por muito tempo se acreditou que a História de glória e da destruição de Tróia, com suas altas muralhas, não passasse de um mito. As epopéias que descrevem a cidade, llíada e a odisséia de Homero, são anteriores a 700 a.C. Embora os gregos antigos lessem o grande poeta como apenas literatura.

Coube a Heinrich Schliemann, um milionário, arqueólogo diletante e sonhador do século XIX, provar que os eruditos estavam errados. Obstinado e romântico, o negociante alemão tinha certeza que Homero contara a verdade sobre Tróia. No final da década de 1860, Schliemann convenceu-se de que a aldeia turca de Hissarlik, com suas colinas semelhantes a fortins, lembrava a cidade descrita na llíada. Em 1871 deu início às escavações.

Logo descobriu que realmente havia uma cidade sob as "fortalezas" de Hissarlik. Na verdade, vários estágios de uma antiga cidade estavam enterrados em camadas superpostas. E uma dessas camadas, queimada por fogo, parecia-se muito com a Tróia de Homero.

A primeira fonte de informação que chegou ao mundo moderno é sem dúvida os escritos de Platão. Foi ele quem primeiro falou da existência de uma ilha então submersa à qual foi dado o nome de Atlântida. Platão tomou conhecimento da Atlântida através de Sólon, que, por sua vez lhe foi referido por sacerdotes egípcios, num dos templos da cidade egípcia de Saís.

Na verdade a Atlântida data de pelo menos 100.000 a.C., então constituindo não uma ilha e sim um imenso continente que se estendia desde a Groelândia até o Norte do Brasil.

Pressupõem que os atlantes chegaram a conviver com os lemúrios, que viviam num continente no Oceano Pacifico aproximadamente onde hoje se situa o Continente Australiano. Naquele continente Atlante havia muitos terremotos e vulcões e foi isto a causa de duas das três destruições que acabaram por submergi-lo. A terceira destruição não foi determinada por causas naturais. Na primeira destruição, em torno de 50.000 a.C. várias ilhas que ficavam junto do continente atlante afundaram, como também a parte norte do continente que ficava próximo a Groenlândia (Groelândia), em decorrência da ação dos vulcões e terremotos.

A segunda destruição, motivada pela mudança do eixo da Terra, ocorreu em torno de 28.000 a.C., quando grande parte do continente afundou, restando algumas ilhas, das quais uma que conectava o continente Atlante à América do Norte. E a terceira foi exatamente esta onde floresceu a civilização citada por Platão e que por fim foi extinta, em uma só noite, afundando-se no mar restando apenas as partes mais elevadas que hoje corresponde aos Açores descrita por Platão.

Para se estudar bem a Atlântida deve-se considerar que esse nome diz respeito a três civilizações distintas, pois em cada uma das destruições os que restaram tiveram que recomeçar tudo do início.



Atlântida 100.000 a.C. a 50.000 a.C.

Sobre a Atlântida antes da primeira destruição (antes de 50.000 a.C.) pouco se sabe. Diz-se haver sido colonizada pelos lemúrios que haviam fugido do continente onde habitavam, também sujeito a cataclismos imensos, quando então se estabeleceram correntes migratórias fugitivas das destruições que ocorriam na Lemúria, algumas delas dirigiram-se para o Sul Atlântida.

Estes primeiros Atlantes julgavam a si pelo caráter e não pelo que tinham e viviam em harmonia com a natureza. Pode-se dizer que 50% de suas vidas eram voltadas ao espiritual e os outros 50% para o lado prático, vida material.

Possuíam grande poder mental o que lhes conferia domínio da mente sobre o corpo. Eles faziam coisas impressionantes com os seus corpos. Assim viveram por muito tempo até que, em decorrência da proximidade do sul da Atlântida com o Continente Africano, várias tribos agressivas africanas dirigiram-se para a Atlântida forçando os Lemúrios estabelecidos na Atlântida a se deslocarem cada vez mais para o norte do continente atlante. Com o transcorrer do tempo os genes dos dois grupos foram se misturando.

Em 52.000 a.C. os Atlantes começaram a sofrer com ataques de animais ferozes, o que os fizeram aumentar seus conhecimentos em armas, motivando um avanço tecnológico na Atlântida. Novos métodos de agricultura foram implementados, a educação expandiu, e conseqüentemente bens materiais começaram a assumir um grande valor na vida das pessoas, que começaram a ficar cada vez mais materialistas e conseqüentemente os valores psíquicos e espirituais foram decaindo. Uma das conseqüências foi que a maioria dos atlantes foi perdendo a capacidade de clarividência e suas habilidades intuitivas por falta de treinamento e uso, a ponto de começarem a desacreditar nas mencionadas habilidades.

Edgar Cayce afirma que dois grupos diversos tiveram grande poder nessa época, um deles chamados de "Os Filhos de Belial". Estes trabalhavam pelo prazer, tinham grandes posses, mas eram espiritualmente imorais. Um outro grupo chamado de "As Crianças da Lei Um", era constituído por pessoas que invocavam o amor e praticavam a reza e a meditação juntas, esperando promover o conhecimento divino. Eles se chamavam "As Crianças da Lei Um" porque acreditavam em Uma Religião, Um Estado, Uma Casa e Um Deus, ou melhor, que Tudo é Um.

Logo após essa divisão da civilização atlante, foi que ocorreu a primeira destruição da Atlântida, ocasião em que grande número de imensos vulcões entrou em erupção. Então uma parte do povo foi para a África onde o clima era muito favorável e possuíam muitos animais que podiam servir como fonte de alimentação. Ali os descendentes dos atlantes viveram bem e se tornaram caçadores. A outra parte direcionou-se para a América do Sul onde se estabeleceu na região onde hoje é a Bacia Amazônica.

Biologicamente os atlantes do grupo que foi para a América do Sul começaram a se degenerar por só se alimentarem de carne pensando que com isso iriam obter a força do animal, quando na verdade o que aconteceu foi uma progressiva perda das habilidades psíquicas. Assim viveram os descendentes atlantes até que encontraram um povo chamado Ohlm, remanescentes dos descendentes da Lemúria, que os acolheram e ensinaram-lhes novas técnicas de mineração e agricultura.

As duas partes que fugiram da Atlântida floresceram muito mais do que aquela que permanecera no continente, pois em decorrência da tremenda destruição os remanescentes praticamente passaram a viver como animais vivendo nas montanhas durante 4.000 anos, após o que começaram a estabelecer uma nova civilização.



Atlântida 48.000 a.C. a 28.000 a.C.

Os atlantes que estabeleceram uma nova civilização na Atlântida começaram de forma muito parecida com o inicio da colonização que os Lemúrios fizeram na Atlântida. Eles se voltaram a trabalhar com a natureza e nisso passaram milhares de anos, mas com o avanço cientifico e tecnológico também começaram a ficar cada vez mais agressivos, materialistas e decadentes. Os tecnocratas viviam interessados em bens materiais e desrespeitando a religião. A mulher se tornou objeto do prazer; crimes e assassinatos prevaleciam, os sacerdotes e sacerdotisas praticavam o sacrifício humano.

Os atlantes se tornaram uma civilização guerreira. Alguns artistas atlantes insatisfeitos fugiram para costa da Espanha e para o sudoeste da França, onde até hoje se vêem algumas de suas artes esculpidas nas cavernas. Em 28.000 a.C. com a mudança do eixo da Terra, os vulcões novamente entraram em grande atividade acabando por acarretar o fim da segunda civilização atlante. Com isso novamente os atlantes fugiram para as Antilhas, Yucatã, e para a América do Sul.

Platão - Escola de Atenas por Rafael - 1509-10



Atlântida 28.000 a.C. a 12.500 a.C.

Esta foi a Civilização Atlante descrita por Platão.

Mais uma vez tudo se repetiu, os que ficaram recomeçaram tudo novamente, recriando as cidades que haviam sido destruídas, mas inicialmente não tentando cometer os mesmos erros da florescente civilização passada. Eles unificaram a ciência com o desenvolvimento espiritual a fim de haver um melhor controle sobre o desenvolvimento social.

Começaram a trabalhar com as Forças da Natureza, tinham conhecimento das hoje chamadas linhas de Hartman e linhas Ley, que cruzam toda a Terra, algo que posteriormente veio a ser muito utilizado pelos celtas que construíram os menires e outras edificações em pedra. Vale salientar que eles acabaram por possuir um alto conhecimento sobre a ciência dos cristais, que usavam para múltiplos fins, mas basicamente como grandes potencializadores energéticos, e fonte de registro de informações, devido a grande potência que o cristal tem de gravar as coisas.

Os Atlantes tinham grande conhecimento da engenharia genética, devido a isso tentaram criar "raças puras", raças que não possuíssem nenhum defeito. Esse pensamento persistiu até o século XX a ser uma das bases do nazismo.

Os Atlantes detinham grandes conhecimentos sobre as pirâmides, há quem diga que elas foram edificadas a partir desta civilização e que eram usadas como grandes condutores e receptores de energia sideral, o que, entre outros efeitos, fazia com que uma pessoa que se encontrasse dentro delas, especialmente a Grande Pirâmide, entrava em estado alterado de consciência quando então o sentido de espaço-tempo se alterava totalmente.

É certo que os habitantes da Atlântida possuíam um certo desenvolvimento das faculdades psíquicas, entre as quais a telepatia, embora que muito aquém do nível atingido pelos habitantes da primeira civilização. Construíram aeroplanos, mas nada muito desenvolvido, algo que se assemelharia mais ao que é hoje é conhecido como "asa delta".

Isto tem sido confirmado através de gravuras em certos hieróglifos egípcios e maias. Também em certa fase do seu desenvolvimento os atlantes foram grandes conhecedores da energia lunar, tanto que faziam experiências muito precisas de conformidade com a fase da Lua. A par disto foram grandes conhecedores da astronomia em geral.

Na verdade os atlantes detiveram grandes poderes, mas como o poder denigre o caráter daquele que não está devidamente preparado para possuí-lo, então a civilização começou a ruir. Eles começaram a separar o desenvolvimento espiritual do desenvolvimento científico. Sabedores da manipulação dos gens eles desenvolveram a engenharia genética especialmente visando criar raças puras. Isto ainda hoje se faz sentir em muitos povos através de sistemas de castas, de raça eleita ou de raça ariana pura. Em busca do aperfeiçoamento racial, como é da natureza humana o querer sempre mais os cientistas atlantes tentaram desenvolver certos sentidos humanos mediante gens de espécies animais detentoras de determinadas capacidades.

Atlântida

Tentaram que a raça tivesse a acuidade visual da águia, e assim combinaram gens deste animal com gens humano; aprimorar o olfato através de gens de lobos, e assim por diante. Mas na verdade o que aconteceu foi o pior, aqueles experimentos não deram certo e ao invés de aperfeiçoarem seus sentidos acabaram criando bestas-feras, onde algumas são encontradas na mitologia grega e em outras mitologias e lendas.

Ainda no campo da engenharia genética criaram algumas doenças que ainda hoje assolam a humanidade.

A moral começou a ruir rapidamente e o materialismo começou a crescer. Começaram a guerrear. Entre estas foi citada uma que houve com a Grécia, da qual esta foi vitoriosa. Enganam-se os que pensam que a Grécia vem de 2 000 a.C. Ela é muito mais velha do que o Egito e isto foi afirmado a Sólon pelo sacerdote de Sais.

Muitos atlantes partiram para onde hoje é a Grécia e com o uso a tecnologia que detinham se fizeram passar por deuses dando origem assim a mitologia grega, ou seja, constituindo-se nos deuses do Olimpio.

Por último os atlantes começaram a fazer experimentos com displicência de forma totalmente irresponsável com cristais e como conseqüência acabaram canalizando uma força cósmica, que denominaram de "Vril", sob a qual não tiveram condições de controlá-la, resultando disso a destruição final de Atlântida, que submergiu em uma noite.

Para acreditar que um continente tenha submergido em uma noite não é muito fácil, mas se analisarmos pelo suposto lado tecnológico que utilizavam, veremos até que provavelmente seria mais avançado que o nosso, o poder do cristal é muito maior do que imaginamos, os cristais estão presentes no avanço tecnológico, um computador é formado basicamente de cristais e o laser é feito a partir de cristais.

Mas antes da catástrofe final os Sábios e Sacerdotes atlantes, juntamente com muitos seguidores, cientes do que adviria daquela ciência desenfreada e conseqüentemente que os dias daquela civilização estavam contados, partiram de lá, foram para vários pontos do mundo, mas principalmente para três regiões distintas: O nordeste da África onde deram origem a Civilização egípcia; para América Central, onde deram origem a Civilização Maia; e para o noroeste da Europa, onde bem mais tarde na Bretanha deram origem à Civilização Celta.

A corrente que deu origem a civilização egípcia inicialmente teve muito cuidado com a transmissão dos ensinamentos científicos a fim de evitar que a ciência fora de controle pudesse vir a reeditar a catástrofe anterior. Para o exercício desse controle eles criaram as "Escolas de Mistérios", onde os ensinamentos eram velados, somente sendo transmitidos às pessoas que primeiramente passassem por rigorosos testes de fidelidade.

Os atlantes levaram com eles grandes conhecimentos sobre construção de pirâmides, e sobre a utilização prática de cristais, assim como conhecimentos elevados de outros ramos científicos como, a matemática, geometria, etc.

Pesquisas recentes datam a Esfinge de Gizé sendo de no mínimo 10.000 a.C. e não 4.000 a.C. como a egiptologia clássica afirma. Edgar Cayce afirmou que embaixo da esfinge existe uma sala na qual estão guardados documentos sobre a Atlântida, atualmente já encontraram uma porta que leva para uma sala que fica abaixo da esfinge, mas ainda não entraram nela. A Ordem Hermética afirma a existência não de uma sala, mas sim de doze.

A corrente que deu origem a civilização maia, foi muito parecida com a corrente que deu origem a civilização egípcia. Quando os atlantes que migraram para a Península de Yucatã antes do afundamento final do continente, eles encontraram lá povos que tinham culturas parecidas com a deles, o que não é de admirar, pois na verdade lá foi um dos pontos para onde já haviam migrado atlantes fugitivos da segunda destruição.

Também os integrantes da corrente que se direcionou para o Noroeste da Europa, e que deu origem mais tarde aos Celtas, tiveram muito cuidado com a transmissão do conhecimento em geral. Em vez de optarem para o ensino controlado pelas "Escolas de Mistérios" como acontecera no Egito, eles optaram por crescer o mínimo possível tecnologicamente, mas dando ênfase especialmente os conhecimentos sobre as Forças da Natureza, sobre as energias telúricas, sobres os princípios que regem o desenvolvimento da produtividade da terra.

Conheciam bem a ciência dos cristais, e da magia, mas devido ao medo de fazerem mal uso dessas ciências eles somente utilizavam-nos, mas no sentido do desenvolvimento da agricultura, da produtividade dos animais de criação, etc.

Atualmente as pessoas vêem a Atlântida como uma lenda fascinante, como algo que mesmo datando de longa data ainda assim continua prendendo tanto a atenção das pessoas. Indaga-se do porquê de tanto fascínio? Acontece que ao se analisar a história antiga da humanidade vê-se que há uma lacuna, um hiato, que falta uma peça que complete toda essa história.

Muitos estudiosos tentam esconder a verdade com medo de ter que reescrever toda a história antiga, rever conceitos oficialmente aceitos. Mas eles não explicam como foram construídas as pirâmides, como existiram inúmeros artefatos e achados arqueológicos encontrados na Ásia, África e América e inter-relacionados; e outros monumentos até hoje é um enigma.

Os menires encontrados na Europa, as obras megalíticas existentes em vários pontos da terra, os desenhos e figuras representativas de aparelhos e até mesmo de técnicas avançadas de várias ciências, os autores oficiais não dão qualquer explicação plausível.

Os historiadores não acreditam que um continente possa haver afundado em uma noite, mas eles esquecem que aquela civilização foi muito mais avançada que a nossa. Foram encontradas, na década de 60, ruínas de uma civilização no fundo do mar perto dos Açores, onde foram encontrados vestígios de colunas gregas e até mesmo um barco fenício. Atualmente foram encontradas ruínas de uma civilização que também afundou perto da China.

As pessoas têm que se conscientizar de que em todas as civilizações em que a moral ruiu, ela começou a se extinguir, e atualmente vemos isso na nossa civilização, e o que é pior, na nossa civilização ela tem abrangência mundial, logo se ela rui, vai decair todo o mundo.

Então o mais importante nessa história da Atlântida não é o acreditar que ela existiu e sim aprender a lição para que nós não enveredemos pelo mesmo caminho, repetindo o que lá aconteceu.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

CONFIDÊNCIAS: CONFIDÊNCIAS: EU POSSO TE AJUDAR

SIR JOHN HOTT

20/06/2007

No inicio do século XVI, Sir John Richard Hott, um alemão da cidade de Berlin, radicado em Londres, recebeu do Arcebispo de Canterbury a incumbência de guardar alguns documentos históricos.Foi ordenado a ele, que jamais, sob nenhuma hipótese, o conteúdo deveria ser lido ou revelado.Sir John era um homem culto, feições imponentes, alto e austero. Sua presença impunha certo receio aos que os cercavam. Entretanto, tinha alto senso de justiça e generosidade. Além de uma curiosidade nata. Era um homem além da sua era.Sir John guardou tais documentos por dez anos. Até que um dia, em uma incursão às vielas de Londres, conheceu acidentalmente uma mulher, que se apresentou a ele como Valentina. Era uma mulher muito branca, jovem, cabelos avermelhados com uma mecha branca na testa, o que a tornava ainda mais atraente. Tinha olhos misteriosos num tom de azul profundo e um sorriso franco. Usava um véu negro, que lhe cobria parte sua cabeça e conferia-lhe ainda mais o tom de mistério.Os dois conversaram por algum tempo e Valentina pediu para que ele a seguisse. Caminharam pelas vielas estreitas e escuras, até chegarem a uma enorme porta de madeira maciça, com grandes dobradiças de ferro uns tanto carcomidos pelo tempo. Valentina parou por um momento, diante da enorme porta e disse: - Tens certeza de que queres prosseguir?Sir John não tinha certeza do que se tratava. Não sabia se estava diante de um possível conluio amoroso ou caindo em uma armadilha. Todavia, decidiu prosseguir. Então disse em tom irônico: - Prossiga! A mulher abriu a enorme porta que dava acesso a um corredor estreito, com várias portas de ambos os lados. Caminharam cautelosos, evitando as poças d’água, até chegarem em frente da quinta porta à direita. Onde pararam e Valentina retirou de uma pequena bolsa em forma de saco, uma enorme chave de metal. Abriu a porta e entraram.No interior da casa haviam velas acesas e um cheiro agradável, quase inebriante tomou conta do ar.Havia muitos livros em uma enorme estante, livros pelos cantos da sala, livros empilhados e alguns jogados sobre o sofá de veludo vermelho, desgastado pelo tempo.A pouca iluminação tornava aquele ambiente sombrio e misterioso. Intrigante, mas, não assustador. Afinal, pensou ele “que mal poderia fazer-me uma mulher tão atraente?” Limpou os pés no capacho colocado à porta e entrou. Ficando de pé diante de uma mesa rústica, onde também haviam livros empilhados.Valentina entrou logo atrás, retirou o véu, jogou-o sobre a mesa e sentou-se em uma cadeira revestida de couro e encosto alto que se encontrava atrás de uma escrivaninha empoeirada. Retirou algo que parecia um pergaminho de uma das gavetas e disse, fazendo um gesto com a mão: - Sente-se!Sir John, que estava de pé com uma das mãos no queixo, demonstrando estar intrigado, olhou para Valentina e sentou-se, sem dizer nada.Ela olhou-o fixamente nos olhos e disse som um sorriso enigmático: - Deves estar se perguntando qual o motivo de eu tê-lo trazido até aqui? Sir John apenas acenou com a cabeça em sinal afirmativo.Valentina levantou-se, colocou as duas mãos sobre a mesa e disse: - Não é um assédio, se é nisso que o senhor esta pensando. O motivo de tê-lo trazido aqui é outro. Sei que guardas documentos importantes, que foram tirados de nós e que queremos de volta.Sir John levantou-se rapidamente e perguntou indignado: - Que documentos?Valentina sinalizou com a mão, indicando-lhe que se sentasse e acalmasse e disse: - O Clero há muitos anos, trava uma batalha contra nós, os “Guardiões da Verdade”. Tenta calar nossa voz, destruir nossos pergaminhos, documentos e artefatos. Perseguem nossas mulheres e homens, julgam-nos e condena-os à fogueira. Sem nenhuma chance de defesa.Sir John irritado disse: - Eu não sei do que você está falando!Valentina olhou-o com certo desprezo e disse incisiva: - Talvez não saiba mesmo. É muito cômodo ficar nessa pose superior, mas, alheio às coisas que acontecem a sua volta. Muito provavelmente nem tenha se dado ao trabalho de investigar os documentos que lhe foram confiados.Sir John caminhou pela sala e disse: - Cumpro ordens!- Mas o senhor não tem nem um pouco de curiosidade? - Talvez o tenha – disse ele – mas tenho um código de conduta austero.- O senhor sabe que documentos guardas. Que inestimáveis tesouros estão em seu poder?Sir John ficou em silêncio por um instante e então disse: - Talvez deva reavaliar o meu conceito. Talvez, deva ler tais documentos... Tolice! O arcebispo é autoridade máxima. O que você está pensando que sou... Algum idiota?Valentina colocou as mãos na cintura e de maneira debochada disse: - Estou diante do maior idiota que já conheci.Sir John com o dedo em riste e o rosto ruborecido, falou: - Você não tem o menor respeito por ninguém. Eu não sei o que estou fazendo aqui! – Caminhou com passos bruscos até a porta e: - Espere! – disse Valentina – Acalme-se. Precisamos conversar! Não foi minha intenção aborrece-lo.John ficou parado à porta esperando enquanto Valentina dizia: - Sente-se. Vou tentar esplicar-lhe um pouco do que fazemos. John caminhou até o sofá e sentou-se com semblante aborrecido e falou: - Você disse nós... O que quer dizer com nós? Valentina caminhou a passos lentos pela sala, parou e disse: - As revelações que vou lhe fazer, certamente mudará sua vida. Passarás, se acreditares no que digo, a ver o Cristianismo de maneira diferente. Tudo começou com a suposta morte do Profeta. Que era um homem extraordinário, com uma visão política muito à frente do seu tempo. Uma alma generosa e caridosa, uma inteligência privilegiada, uma intuição apuradíssima, um poder mental extraordinário, uma espiritualidade evoluída no mais alto grau, contudo, um homem. Jesus usava as palavras com sabedoria. Falava metaforicamente, usando simbolismos e apesar da ignorância dos seus seguidores, acreditava que o compreendiam. Talvez, tenha sido esse o seu único erro...Sir John levantou-se abruptamente e indignado, disse: - Eu jamais ouvi tamanha sandice. Você tem idéia das barbaridades que estais dizendo?Valentina permaneceu de pé, com as mãos na cintura e disse: - Eu tinha certeza de que tomarias atitude como esta, mas, vou prosseguir, pois vejo no senhor um homem de mente aberta. Precisas apenas de algumas chaves para abrir as portas do conhecimento. Sente-se e acalme-se! Como estava dizendo... O único erro de Jesus foi acreditar que suas palavras poderiam ser compreendidas na íntegra. Jesus desapercebeu-se da ignorância do povo, das superstições, crendices e falta de conhecimento das verdades. Àquele povo havia sido escravizado. Primeiro pelos Sacerdotes, depois pelos Romanos, que se uniram aos inescrupulosos Sacerdotes, que amealhavam as benevolências do Império Romano. Pois não queriam perder os privilégios de suas posições. Poder, meu amigo. Essa é a palavra chave... Poder. Anáz e Caifaz eram sogro e genro, sacerdotes poderosos, que pregavam a palavra de Jeová, um Deus pagão cruel e vingativo... – Sim, mas o que tem tudo isso com o Cristianismo? – perguntou Sir John? – Estou apenas contando-lhe o início para que compreendas. Após a morte do Cristo, os cristãos passaram de perseguidos a perseguidores. As palavras que o Cristo deixou, foram deturpadas, distorcidas e adaptada às conveniências dos seus Sacerdotes. Muitos dos romanos se converteram e levaram o cristianismo a Roma, atual Itália. A Instituição tomou vulto e criou suas próprias regras institucionais. Sempre objetivando o poder. Quando digo poder, estou me referindo ao poder de interferir nas vidas alheias, criando regras, angariando bens para manter os privilégios dos seus Sacerdotes... – Eu não posso acreditar que esteja perdendo o meu tempo com tamanho absurdo! - Disse Sir John indignado - Não existe nenhum absurdo no que digo. A Igreja Cristã é uma entidade improdutiva, mas milionária. De onde vem tamanha fortuna? Da compra de benevolência dos poderosos, que doam grandes áreas de terras em troca do perdão dos seus pecados. O que é feito sem questionamento por Bispos e Arcebispos.Valentina ficou em silencio observando a expressão de espanto no rosto daquele homem. Que também fitava seu rosto estático.

Passados alguns minutos, Sir John perguntou com voz moderada: - Como você sabe de tudo isso?

Sou uma das guardiãns das verdades de Cristo.

terça-feira, 17 de julho de 2007

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JANUÁRIO E A MULA SEM CABEÇA

Era uma linda tarde de outono.

Januário aguardava ansiosamente a chegada do seu primo Beto. Que havia deixado a cidadezinha de Muzambinho ainda criança, para estudar no Rio de Janeiro.

Não tardou quando Januário viu a nuvem de poeira no horizonte. O que significava a aproximação de algum veículo motorizado.

O coração de Januário começou a bater mais forte, tamanha era sua ansiedade. E quando os olhos dele avistaram a tênue mancha amarela no meio da nuvem de poeira, confirmaram suas suspeitas. E logo o táxi estava parado à sua frente e Beto saltava um tanto desajeitado, com câimbras nas pernas por ter ficado longas horas sentado.

Januário correu apressado e tropeçou em uma pedra, caindo bem em frente do primo Beto. Que irrompeu em estridente gargalhada.

Januário levantou-se um tanto sem jeito, sacudiu a poeira e abraçou forte o primo, erguendo-o no ar, e disse sorridente: - Ara, primo, quanto tempo a gente num si vê!

Beto, um tanto formal, fica desconfortável com tamanha demonstração de afeto. Procura afastar-se e estende a mão para Januário. E diz secamente: - Como vai, primo?

Januário percebe o distanciamento do primo e sente um aperto no coração. E imagens da infância invadem sua mente e o fazem lembrar dos banhos nus de rio, da iniciação sexual com as vacas e cabritas, das pescarias e de todas as brincadeiras de criança. Mas, logo o saudosismo desaparece e Januário com seu jeito espontâneo, pega a bagagem do primo e diz: - Ara, primo... ocê ta danado de elegante. Num vai repará a casa humirde, vai?

Beto olha para o primo, um tanto constrangido com tanta gentileza e diz: - Bobagem, primo. Eu ainda sou o mesmo moleque que saiu daqui há vinte anos.

Januário passa o braço sobre o ombro de Beto e o conduz ao interior da modesta casa de estuque, coberta de sapê.

Logo que entram, Beto dá uma olhada no interior da casa e constata que os parcos móveis estão desgastados pelo tempo. Ao centro, há uma mesa que não vê verniz há vários anos, duas cadeiras nas mesmas condições, um banco de taboa encostado na parede do fundo e um lampião a querosene em um canto enegrecido pela fuligem.

Januário conduz Beto a um pequeno quarto onde há uma cama e um velho armário e diz cheio de si: - O primo pode guardá as ropa no armário. O cochão é veio, mas num tem percevejo... ta limpinho. O a cazinha fica la fora. Tem uma caxa no canto, cheia de sabugo de mio pra limpa o ... ocê sabe! Eu custumo tomá banho no rio, mai se o primo quizé, eu posso pega um barde dágua pro primo toma banho.

Mais tarde, la pelas oito da noite, Januário vira-se para o primo e diz: - Ó primo, eu queria sabê se o primo qué ir numa pescaria? – Claro, primo. Precisamos relembrar os velhos tempos. – Antão, vamo prepará o matriár e os lampião, que o cumpadi Zé Matia já ta esperando nóis.

Passados alguns minutos, Januário e Beto estavam com as mãos cheias de varas, iscas, anzóis e lampiões. E enveredaram por uma trilha escura em direção à casa do compadre Zé Matias.

Depois de caminharem por mais de uma hora, chegaram. A casa de Zé Matias, também era modesta. Tinha uma varandinha na frente, que dava para um enorme terreiro, onde outrora fazia-se a secagem do café.

Os dois pararam em frente da pequena casa e Januário bateu palmas, chamando: - Ô cumpadi, cumpadi Zé Matia... é o Januário!

A porta foi se abrindo devagar e a figura pitoresca de Zé Matias foi surgindo na penumbra. Parecia assustado e estendeu o lampião para identificar melhor de quem se tratava. Então disse: - Se aprochegue, cumpadi Januário. – Eu tô cum o primo Beto... – Se é de paz, pode chegá!

Januário e o primo Beto caminharam a passos lentos, até entrarem na casa. Enquanto Zé Matias os acomodava em um grande banco de taboa.

- Ta animado pra pescaria, cumpadi? – Perguntou Zé Matias – Ara, craro que tô cumpadi. E o primo Beto também tá. – Esse é aquele seu primo meio assim – Zé Matias gesticula com a mão – que viajô pro Rio de Janeiro pra aprendê aquelas frescuras da tar de facurdade?

Beto ficou irritado com o comentário de Zé Matias e disse irônico: - Primo meio assim nada. Eu sou é muito homem. Estou até noivo! – Ocê me discurpe primo Beto. É que quando ocê saiu daqui, todo mundo comento que o seu pai tinha te mandado pro Rio pra escondê a tua frescura. – Quer dizer que é isso que falam de mim por aqui? – Num liga não primo – disse Januário – o cumpadi ta cum dispeito porque nunca saiu daqui dessa cidade miserável. – E, e, eu já foi a Fêra de Santana – diz Zé Matias embaraçado – e quase fiu a Salvador.

Enquanto isso, Januário colocava um anzol na linha e verificava a flexibilidade da sua vara de pescar. Então disse: - Ara... vamo deixá de conversa fiada e vamo aprobeitá a lua cheia pra enxê os bornal de peixe. – Tem razão primo. Essa conversa está tomando um rumo que não estou gostando. – disse Beto – É, vamo aproveitá a lua cheia. O rio tem um montão de traíra esperando ser apanhada.

Subitamente, fortes batidas acompanhadas de gritos desesperados vieram da porta: “Abri, abri, abri a poirta moço, abri a poirta, que a mula sem cabeça vai me pegá”.

Os três permanecem em silencio, assustados olham uns para os outros e Zé Matias coloca o dedo indicador sobre a boca pedindo silencio. E cochicha: - Oces ouviro? A muié falô mula sem cabeça... – e as batidas frenéticas continuam. Até que Januário diz: - Acho mió nois abri! – Zé Matias corre para um canto da sala e apanha uma velha espingarda. Então diz: - Abri essa porta cumpadi, que eu tô preparado!

Januário com os olhos arregalados diz: - Ocê tem certeza? – Zé Matias gesticula positivamente. Então, Januário abre. Uma mulher negra entra correndo e gritando: - Fecha a poirta, moço... fecha pro bicho num entrá!

Os três ficaram estáticos olhando para a mulher aterrorizada.

Januário fecha apressado a porta e passa a mão no queixo, demonstrando certa incredulidade. Então diz: - Ara, muié... acho mió a sora ir la dentro da casinha pra lavá as parte...- diz Januário com um sorriso no canto dos lábios – porque a sora tá toda mijada.

Podia-se notar uma expressão de um riso assustado no rosto dos três.

Zé Matias, segurando sua espingarda e olhos arregalados pergunta: - Cês ouriru? A muié falô mula sem cabeça... – Ara, cumpadi Zé Matias... que mula sem cabeça quí nada!

Beto que até aquele momento permanecia calado, disse: - Eu já ouvi falar em coisas desse tipo. Dizem que são espíritos errantes, que assumem formas fantasmagóricas para pregarem peças nas pessoas. – Que isprito errante que nada... – diz Zé Matias – é a própia incarnação do Demo.

Januário caminha pela sala e diz: - Pelo sim pelo não, acho mió um de nois ir lá fora dá um jeito no bicho... – E quem é o maluco que vai la fora – falou Zé Matias assustado.

Januário, como todo bom matuto, que de tolo não tinha dada, disse imediatamente: - Craro que é o cumpadi Zé Matias...

Zé Matias aponta para si próprio e pergunta: - Mas porque eu?

Januário bota uma das mãos no bolso, dá um passo a frente e diz: - Ara, ômi... quem é o ômi, sujeito macho, mai valente daqui das redondeza? - Sô eu cumpadi – respondeu Zé Matias – Quem é o ômi, que arrancô o Demo debaixo da pedra puxado pelo rabo? – Fui eu cumpadi – respondeu novamente Zé Matias – E quem é o cabra macho, que vai lá fora dá um jeito no bicho? – silencio – Eu pregunto de novo... quem é o ômi muito macho, que vai la fora botá um cabresto na mulinha? – silencio – É ocê, cumpadi Zé Matias!

Zé Matias estava assustado demais para responder. Então, entra a mulher negra, que já havia se lavado, mas ainda estava fedendo. Então Beto pergunta: - Minha senhora, diga o que realmente viu!

A pobre mulher estava realmente assustada. Aproximou-se de Beto e agarrou-o pelo braço dizendo: - Moço, eu vi moço... uma mula preta sem cabeça. Eu tava indo la na beira do rio apanhá água pra fervê um café, quando vi o bicho na triia... ela bufô pro meu lado e impediu a minha passage de vorta pra casa... intão, eu corri praqui. Porque sei que o seu Zé Matias é ômi distemido e podia me protegê.

Januário estava prestando muita atenção, e aproveitando a deixa, diz incisivo: - Intão, eu num disse? O cumpadi Zé Matias é o ômi certo... é ele que vai la fora dá um jeito no bicho.

Contra fatos não há argumentos. Zé Matias percebeu que havia sido vítima das suas próprias mentiras. E não havendo outro jeito, ele disse: - E cumpadi... ocê tem razão. Num existe ninhum outro ômi aqui nas redondeza, que seja capaz de infrentá um bicho desse... eu vô lá. O cumpadi Januário pega aquela cartuchera 28 alí na parede, pega um outro lampião e mi dá cobertura.

Assim fez Januário. Armou-se com a velha espingarda e o lampião, e acompanhou Zé Matias até a varanda.

Zé Matias iluminou o terreiro limpo e caminhou intrépido em direção da vegetação. Januário observou-o até desaparecer mata a dentro.

Passaram-se uns dois minutos, quando Januário ouviu dois disparos. Os cabelos arrepiaram e as popilas dos olhos dilataram. Logo a seguir, ouve os estalos da vegetação quebrando e os gritos do compadre Zé Matias, que dizia: - Abre, abre a porta cumpadi, quí o bicho vem aí.

Januário caminhou até a metade do terreiro, engatilhou a espingarda e ficou parado, estático, enquanto Zé Matias passava apressado por ele e entrava aterrorizado na casa.

Passaram-se alguns minutos e o susto, quando todos perceberam que Januário havia ficado do lado de fora. Quando Beto perguntou: - Cadê o primo Januário?

Os três se entreolharam espantados com a ausência de Januário, quando este entra sorrindo.

Zé Matias com os olhos esbugalhados aproxima-se de Januário e pergunta: - Do que é que o cumpadi ta si rindo?

Januário, ainda com o sorriso nos lábios, diz: - Ara, sô... que diabo de mula sem cabeça que nada... ocês são um bando de troxa... era somente um boi preto pastando grama. Como ele tava cum a cabeça baixa, o cupim dele paricia um pescoço sem cabeça... oscês são memo uns troxa!

Nem sempre o que o coração sente, é o mesmo que os olhos vêem.

Rio de Janeiro, 18 de julho de 2007-07-18

Antonio Araújo de Freitas. (O Confidente)

domingo, 15 de julho de 2007

o blog oficial do orkut: orkut Lança Feeds


Dizem que para o amor chegar
não há dia, não há hora nem momento marcado
para acontecer...
Ele vem de repente e se instala no mais
sensível dos nossos órgãos, o coração...
Começo a acreditar que sim.
Mas percebo também que pelo facto deste momento
não ser determinado pelas pessoas, quando chega,
quase sempre os sintomas são arrebatadores...
Vira tudo às avessas e a bagunça feliz se faz instalada...

Quando duas almas se encontram
o que realça primeiro não é a aparência física,
mas a semelhança d'almas...
Elas se compreendem e sentem falta uma da outra...
Se entristecem por não terem se encontrado antes,
afinal tudo poderia ser tão diferente...
No entanto sabem que o caminho é este e que
não haverá retorno para as suas pretensões..

É como se elas falassem além das palavras,
entendessem a tristeza do outro, a alegria, o desejo,
mesmo estando em lugares diferentes..
Quando almas afins se entrelaçam
passam a sentir saudade uma da outra
num processo contínuo de reaproximação
até a consumação...

Almas que se encontram podem sofrer bastante também,
pois muitas vezes tais encontros
acontecem em momentos onde não mais
podem extravasar toda a plenitude
do amor que carregam, toda a alegria de amar
e querer compartilhar a vida com o outro,
toda a emoção contida à espera do encontro fatal...

Desejam coisas que se tornam quase impossíveis,
mas que são tão simples de viver...
Como ver o pôr-do-sol, caminhar por uma estrada
com lindas árvores, ver a noite chegar, ir ao cinema
e comer pipocas, rir e brincar, brigar às vezes,
mas fazer as pazes com um jeitinho muito especial.
Amar e amar, muitas vezes sabendo que logo depois
poderão estar juntas de novo
sem que a despedida se faça presente...

Porém muitas vezes elas se encontram em um tempo
e espaço diferentes do que suas realidades possam permitir.
Mas depois que se encontram ficam marcadas,
tatuadas e ainda que nunca venham a caminhar
para sempre juntas, elas jamais conseguirão se separar.
E o mais importante:
Terão de se unir em algum lugar.
Almas que se encontram jamais se sentirão sozinhas
porque entenderão, por si só, a infinita necessidade
que têm uma da outra para toda a eternidade
.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

o blog oficial do orkut: Olá!

o blog oficial do orkut: Olá!
O que é alienação?

Uma pessôa que, apesar de todos dizerem que uma certa situação está errada, persiste e persiste.

terça-feira, 10 de julho de 2007

DIÁRIO DE UM EXTRA TERRESTRE
Estou nesse planeta há 47 anos. Vim de um planeta que, comparado com este, pode-se considerar uma utopia.
Há milhares de anos, em uma era muito remota, o planeta atravessou um período de barbárie, iniquidade e falta de senso moral e ético. Exatamente como o que está ocorrendo com este planeta em que estou agora.
Os Governantes eram inescrupulosos. Sugavam impiedosamente os recursos naturais do Planeta e financeiros do tão sofrido povo. Uma inversão de valores se instalou e o que era certo passou a ser errado. Roubar, subornar, desviar verbas, extorquir, cometer assassinatos, passaram a ser coisa comum.
O critério para a escolha de um Governante era ser o mais canalha possível. O candidato tinha que ter vários processos tramitando na justiça, ligações com o mundo do crime e um passado vergonhoso.
Assim como acontece aqui, o meu planeta também era dividido em Norte e Sul. E também havia sido colonizado por raças de extraterrestres vindos de outros planetas e até mesmo de galáxias distantes.
As raças que colonizaram o "Norte e Nordeste" eram de bárbaros. Uma raça sem escrúpulos, de inteligência limitada e moral mais limitada ainda.
Essa raça escravizou, esplorou e massacrou o povo. E com o passar dos anos, as raças se misturaram. Criando uma geração de mestiços ainda pior.
Enquanto que no outro extremo do planeta, raças superiores vieram para acrescentar. Transmitiram valores morais e éticos aos habitantes do planeta. Trouxeram sua cultura e a transmitiram ao povo. Ensinaram-lhes suas técnicas para trabalhar a terra para que o povo pudesse conseguir melhores resultados na agricultura e pecuária.
Essa raça também se misturou com os nativos e aprimorou a raça. E quando se foram , deixaram uma cultura bastante desenvolvida. Um povo consciente dos seus deveres.
O Extraterrestre
Planeta Brasil 10/Julho/2007

CONFIDÊNCIAS: CONFIDÊNCIAS: EU POSSO TE AJUDAR

CONFIDÊNCIAS: CONFIDÊNCIAS: EU POSSO TE AJUDAR

MARIANGELA

Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinha da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que estava usando tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua esteira cama de solteira, para que o medico da família lhe enviasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem. Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lucia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguir passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente se esqueceu, porque acabou morrendo tuberculosa. Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Poder que, ontem, era para mutilar, amordaçar, silenciar. E que hoje é para manipular, moldar, escravizar os estereótipos. Todos vemos, na televisão, mulheres torturadas por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias ridículas para entrar na moda da peitaria robusta das norte-americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba.

Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E com isso, Barbies, de fancaria, provocaram em muitas outras mulheres – as baixinhas, as gordas, as de óculos – um sentimento de perda da auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é de mulheres. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo. Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é espada. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência. As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque tem que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência. É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começara, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que tem varizes porque carregam ladas d’água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer à ternura de suas mentes e a doçura de seus corações. Nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é só bunda.